8º GeoPantanal discute tecnologia e meio ambiente em Poconé (MT)
Realizado em parceria por Unemat, Embrapa, Inpe e Unesp, Simpósio reúne estudantes e profissionais interessados na aplicação de geotecnologias em estudos sobre o bioma pantaneiro
Por Nataniel Zanferrari
12/11/2024
A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) é uma das organizadoras do Simpósio de Geotecnologias do Pantanal (GeoPantanal), que deu início à sua 8ª edição na tarde de ontem (12), no Sesc Hotel Porto Cercado, em Poconé.
O evento segue até amanhã (13), e reúne estudantes e profissionais interessados na aplicação de geotecnologias em estudos sobre o bioma pantaneiro, incluindo a região da Bolívia e Paraguai contida na bacia hidrográfica do alto rio Paraguai, e áreas úmidas semelhantes, como Araguaia e Guaporé.
Participam do evento cerca de 130 pessoas, entre profissionais de instituições como Ibama, secretarias estaduais e municipais de meio ambiente, organizações não governamentais, entidades representantes dos produtores rurais, empresas privadas, pesquisadores e alunos de graduação e pós-graduação.
Entre os temas de destaque da 8ª edição estão agropecuária, aplicações computacionais, gestão ambiental, conservação e uso sustentável, educação ambiental, estudos urbanos, meteorologia e climatologia, mineração, monitoramento de fauna, preservação do patrimônio cultural, recursos hídricos, serviços ambientais, turismo, zoneamento e planejamento ambiental.
Dentre os trabalhos apresentados no evento, os 15 melhores serão premiados com a publicação em língua inglesa na revista Ra’e Ga, que possui conceito A1 no sistema Qualis-Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Esta edição do Simpósio é realizada por uma grande parceria entre Unemat, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Universidade Estadual Paulista (Unesp).
“Estamos agregando forças para o estudo do Pantanal, com o uso de geotecnologia, ou seja, tecnologias espaciais”, disse Sandra Mara Alves da Silva Neves, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGGeo) da Unemat e uma das organizadoras do Simpósio. “Essa oportunidade se consolida com tantos parceiros que acreditam e somam conosco neste desafio de inovar o conhecimento no bioma e na área úmida pantaneira”, afirma Sandra.
A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Áurea Ignácio, reforça que a parceria entre estas instituições representa uma história de quase 20 anos, remetendo à primeira edição do evento, realizado em 2006 em Campo Grande (MS).
“Este Simpósio é uma forte parceria no ensino, na pesquisa e na extensão, utilizando estas ferramentas de geotecnologias para analisar o Pantanal e suas problemáticas, principalmente neste momento em que a Unemat inicia a oferta do doutorado em Geografia”, disse a pró-reitora, se referindo à recente aprovação da oferta de doutorado pelo PPGGeo em Cáceres.
“É muito importante para o Estado do Mato Grosso ter a Unemat à frente dessa discussão. Porque o Estado necessita de propostas que foquem nestas questões, em problemas e estratégias que usem as ferramentas de geotecnologias atuais”, disse Áurea.
Presidente da comissão organizadora e pesquisador da Embrapa Agricultura Digital, João Vila declara que o interessante do evento é a integração que gera entre instituições locais do Pantanal com instituições nacionais. “Atualmente temos muitos problemas no Pantanal, de queimada, de desmatamento, de erosão, e isso tudo pode ser analisado porque, hoje, temos uma tecnologia mais rápida, que pode nos trazer benefícios”, explica João. “Mas isso passa pelos estudos e pelas análises da área científica, principalmente das universidades. Então sempre fazemos um apelo aos estudantes para pensar em pesquisa na área, porque só assim a universidade pode efetivar e trazer benefícios para a sociedade”, concluiu.
Além da pró-reitora Áurea Ignácio e do presidente da comissão João Vila, a mesa de abertura também foi composta pelo secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso em exercício, Rodrigo Zanin; pelo coordenador-geral do Departamento de Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Bruno Abe Saber; pela chefe da Divisão de Observação da Terra e Geoinformática do Inpe, Karine Gomes; e pelo secretário municipal de Meio Ambiente de Poconé, Lauro Leite.
Ao longo de três dias, o Simpósio conta com 17 palestras, uma oficina e apresentação de 93 trabalhos técnico-científicos, seja em forma de pôster ou de apresentação oral. Há ainda a finalização, com aulas práticas, de um curso em oito módulos realizado previamente de forma híbrida.
O debate de abertura foi composto pela promotora de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Ana Luiza Ávila Peterlini de Souza, do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), e por Tatiana Monteiro Costa e Silva, da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), com mediação por Laércio Namikawa, do Inpe.
O EVENTO
O evento ocorre a cada dois anos, revezando-se entre o Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense. Esta edição é a primeira realizada após a pandemia; a edição anterior foi realizada em 2018, em Jardim (MS). Na 6ª edição, realizada em Cuiabá em 2016, a Unemat teve duas pesquisas premiadas com publicação em revista Qualis A2. A Unemat também foi a anfitriã da 3ª edição, que ocorreu em 2010 em Cáceres.
Organizada por Unemat, Embrapa, Inpe e Unesp, a 8ª edição também conta com o apoio do capítulo brasileiro da Sociedade de Especialistas Latino-Americanos em Sensoriamento Remoto (Selper Brasil), da revista Ra’e Ga da Universidade Federal do Paraná (UFPR), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), do Serviço Social do Comércio (Sesc), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Governo Federal, por meio dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação, da Agricultura e Pecuária e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, contando com patrocínio da Visiona Tecnologia Espacial, da Regenera Soluções Sustentáveis, do Instituto Gaia e do MapBiomas.
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