Teve início na segunda-feira (2) e se encerrou hoje (6) a 1ª edição do Workshop sobre a Bacia Hidrográfica do Rio Cabaçal (BHRC), realizado em Cáceres pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Tendo como foco principal o planejamento de ações de pesquisa voltadas à recuperação ambiental, caracterização florística e estratégias para regularização fundiária e ambiental da região, o evento reuniu, além de pesquisadores da Unemat e da Embrapa, representantes do Comitê da BHRC, da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) e dos Sindicatos Rurais de Cáceres e de Vale do Rio Branco, representantes do setor produtivo e lideranças locais. O workshop contou ainda com a participação de alunos da graduação, pós-graduandos do PPGGeo e PPGCA e integrantes do corpo técnico da Universidade.

“O workshop consolidou a integração entre ciência, gestão ambiental e comunidades locais, fortalecendo as bases para a recuperação e uso sustentável da Bacia do Rio Cabaçal, considerada uma das mais importantes da região sudoeste de Mato Grosso”, disse a professora Sandra Mara Alves da Silva Neves, uma das coordenadoras do evento.

O evento faz parte das ações dos dois projetos executados pela Unidade de Agricultura Digital da Embrapa em parceria com os programas de pós-graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) e em Geografia (PPGGeo) da Unemat: ‘Cobertura vegetal e caracterização florística das Áreas de Preservação Permanente da bacia hidrográfica do rio Cabaçal (BHRC) para apoiar a aplicação do Código Florestal’ e ‘Delimitação das Áreas de Preservação Permanente na bacia hidrográfica do rio Cabaçal e indicações de regularização (APPLegal)’.

PROGRAMAÇÃO

A abertura do evento contou com os pesquisadores Arnildo Pott e Vali Joana Pott, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), e João dos Santos Vila da Silva, da Embrapa Agricultura Digital, bem como com a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da Unemat, Áurea Ignácio, que participaram das discussões e atividades de campo.

A primeira tarde foi marcada por apresentações institucionais, com destaque para as falas do presidente do Comitê da BHRC, Evandro André Félix, do analista de Assuntos Fundiários e Ambientais da Famato, Dione Castro, e da promotora Liane Amélia Chaves, do MPMT de Cáceres, abordando os desafios e as oportunidades para conservação da bacia, enquanto os presidentes do Sindicatos Rurais de Cáceres, Aury Paulo Rodrigues, e do Vale do Rio Branco, Bruno Fernandes de Faria, destacaram a necessidade de conectar o produtor com a informação, conhecimento técnico e respeito ao meio ambiente.

Nos dias seguintes, foram realizadas visitas técnicas ao Herbário do Pantanal (Hpan), no Câmpus de Cáceres, e discussões com estudantes da pós-graduação sobre pontos estratégicos para amostragem florística, voçorocas, uso da terra e levantamento hidrossedimentológico.

Participaram das discussões as professoras Leila Nalis Paiva da Silva Andrade, Maria Antônia Carniello, Sandra Mara Alves da Silva Neves e Solange Kimie Ikeda Castrillon, da Unemat, que proferiram falas sobre a atuação de suas equipes no desenvolvimento do projeto da Bacia do Rio Cabaçal e organização de informações e pontos de amostragem para coletas.

O workshop também contou com palestras sobre restauração ecológica, tecnologias sociais aplicadas à educação ambiental e programas de recuperação de nascentes, com palestrantes como o engenheiro agrônomo e perito do Incra, Samir Curi, e o analista ambiental da Sema-MT e pós-graduando em Geografia da Unemat, Tiago Alexandre Batista. O evento incluiu de atividades práticas como análise de imagens de satélite e estruturação de mapas georreferenciados.

Na quinta (5) e sexta-feira (6), os participantes seguiram em expedições de campo na Bacia do Cabaçal, realizando identificações de áreas amostrais para coletas florísticas, tomada de fotos e identificação dos produtores locais.